Meu medo da paixão


Na época do colégio me envolvi apenas com uma garota do colégio. Na verdade, nos beijamos algumas vezes, isso na 6° série. Depois, fui até o 3° ano sem ficar com ninguém, sem me envolver amorosamente, sem me entregar. Tinha medo. Não me achava bem o suficiente para qualquer garota. Na minha cabeça todos me achavam um lixo, fracassado, alguém fora do padrão, logo nenhuma menina se apaixonaria por mim. Confesso que hoje vi que perdi algumas oportunidades.

Minha mente já tinha sido bastante ferida, meu coração estava machucado e não precisava de mais uma dose de veneno. Eu começava a gostar das garotas, mas logo elas tinham seus "ficantes" e eu não tinha coragem de revelar minha paixão a uma delas. Me apaixonei por uma de minhas melhores amigas (Kathy), mas ela estava namorando.  Alguns meses e Kathy se separou do namorado (Will) e Lady voltou a minha vida. Lady era uma paixão de infância, que agora estava uma mulher, com apenas 16 anos que venho para morar com minha irmã. Ela acabara de terminar um relacionamento de 1 ano.

Meu mundo agora estava colorido e eu estava apaixonado. Apaixonado por ela e por tudo o que ela fazia. Nós ficamos por algumas semanas e ela foi viajar para casa de seu pai em algum lugar de Santa Catarina. Duas semanas depois descubro que Lady não iria mais voltar para Foz do Iguaçu, pois agora ela tinha voltado para Toledo, também no Paraná, e estava grávida de seu ex. Ou seja, enquanto nos envolvemos ela já estava grávida de outro e eu me apaixonei por alguém que não estava ligando pra mim.

Pouco tempo depois, Kathy e eu acabamos ficando. Ela era a pessoa certa no momento errado. Minha paixão por ela tinha passado e eu não estava preparado para começar um namoro e ser ferido. Eu jamais achei que alguma menina tão próxima sentiria algo por mim, mas aquele não era o momento. Eu ainda tinha receio pelo que aconteceu com a Lady. Por incrível que pareça, eu e ela ficamos por dois meses e continuamos nossa amizade até hoje. Como se nada tivesse acontecido.

Pouco tempo depois fiquei com apenas duas mulheres que preferi não dar continuidade. O fato é que eu não queria ser passado para trás novamente. Não estava afim de me envolver, me machucar e se sentir mal. Não queria uma nova Lady na minha vida. E pouco mais de um ano depois, no meu emprego conheci a Julie. Assim como no colégio, chamais achei que ela ficaria afim de mim, mesmo eu sentindo algo por ela. O tempo passou, ela contou que sentia algo por mim e eu revelei o eu sentia por ela. Fato era que eu estava me apaixonando de novo, mas tentava negar isso. Julie dizia gostar de mim e que queria levar pra frente nossos flertes, ela demonstrava ciúmes quando eu conversava com outras garotas. Troca de olhares. Eu queria que ela fosse meu primeiro amor e talvez único. Todos os dias eu chegava estressado no meu emprego por não gostar da áreas na qual atuava, mas bastava ver ela que eu ganhava meu dia, me animava. Tinha esquecido a Lady e agora minha luz no fim do túnel parecia ter chegado. Podíamos começar algo, se conhecer, os dois queriam.

Até que chegou o dia da minha demissão, eu a causei porque era insustentável trabalhar em algo que não me agradava. Dois dias após minha saída, quando perguntei a Julie como ficaríamos, em uma mensagem do Facebook, ela simplesmente disse que éramos amigos e ela estava afim de outro garoto. Pronto. Meu mundo tinha acabado novamente. Eu estava destruído mais uma vez. Pela segunda vez tinha me apaixonado pela pessoa errada, tinha sido enganado, alguém tinha se divertido as minhas custas. Eu não queria mais ser ferido e agora não queria mais amar. Minha vida amorosa tinha acabado. Certo? Errado.

O que Lady e Julie fizeram comigo fazem parte da vida, do jogo arriscado chamado paixão que pode se tornar amor. Julie é recente, mas não está sendo tão difícil esquece-la, aliás, procuro não me importar com que não se importa comigo. Talvez eu precisasse passar por isso para que quando a "pessoa certa" aparecer eu realmente saiba como agir. Algumas vezes tive medo de tomar atitude, se tivesse feito isso hoje algumas coisas seriam diferente. Tive medo de me apaixonar, de gostar e assumir algo sério. Tive medo baseado na repreensão que sofria na escola e colegial.

Não posso negar que é difícil ter auto confiança quando se passa por bullying e decepções amorosas, e também não posso negar que será difícil confiar em alguém na próxima vez. Ainda me sinto solitário, ainda sinto a falta de um amor, de um abraço, de se sentir amado, de ser completado, de que apareça a luz no fim do túnel. E ainda assim novas pessoas aparecem em cada fase dessa louca delícia chamada vida. Pessoas estão por vir, mas basta ter paciência. Tudo ao seu tempo, por mais clichê que pareça, quando menos imaginamos, simplesmente acontece...

***

Amor ou paixão, sem medo. A dica é viver sem medo de gostar, de beijar, de dizer, confessar. Se está amando, então ame intensamente e não perca a oportunidade de dizer:"Eu te amo", "Estou apaixonado por você". Não perca a chance do amor, não o deixe ir pela janela. Aproveite todas suas chances, mas saiba que só é amor quando os dois lados estão felizes e não terás humilhação.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aceite que você também erra

O primeiro período