Bullying X Associabilidade
O bullying abre feridas demasiadas dolorosas e pode interferir comportamento daquele que sofre a agressão. A associabilidade com outras pessoas e a insegurança podem derivar de retaliações vividas em alguma fase da vida, ainda mais se foi vivida na infância. Como lidar com isso?
Prévia: Durante toda minha infância e adolescência passei por criticas, julgamentos, fui desmoralizado, assim como já expliquei em textos anteriores. Isso começou me afetar muito cedo, mas não consegui perceber a tempo de reverter na época. Acreditava que o erro estava em mim e que tinha eu que mudar atitudes e estado comportamental. Por várias vezes tentei "entrar na fôrma", mas em todas elas, saí machucado. Após tantas vezes ser criticado, não queria mais sair de casa, pois acreditava que os outros também iriam rir da minha cara por seus achismos, assim como os grupinhos maldosos do colégio. Diferente da maioria dos adolescentes, não frequentei muitas baladas, na verdade só uma que foi no colégio e fui obrigado porque ninguém podia ficar na sala sozinho, ir embora e muitos menos ficar nos corredores. Uma pitada de ironia, fui obrigado a ir numa baladinha de colégio, pois era contra as regras não querer fazer parte daquilo (risos).
Também não fiquei com nenhuma uma menina no colegial. Fiquei com uma menina ao 12 anos e nem foi por parte minha e sim dela. Meu pai sempre tentava me levar para as festas que ele era chamado, eu sempre negava. O fato é que eu tinha medo da exposição, me sentia um "uma atração de circo, um bicho" e que todos iriam me detonar. A insegurança também me impedia de chegar em qualquer garota para algo mais sério, acreditava que seria esnobado e que nenhuma jamais se apaixonaria por mim. Cresci com isso, minha mente desenvolveu-se com isso. Passei então a esnobar e ignorar aqueles que me criticavam, logo formaram minha fama de arrogante e esnobe que eu aderi por um tempo.
No ambiente de trabalho não foi muito diferente no termo associabilidade. Demorei para me entrosar com os colegas do serviço. Enquanto trabalhava no depósito, fiz apenas um amigo e só conversava com ele. Isso entre cerca de 500 pessoas para se fazer amigo. Quando fui para a primeira loja na qual trabalhei, no inicio, era calado, fazia meu serviço, não conversava, obedecia as ordens e não batia de frente. Então, mais uma vez subi de cargo e fui para outra loja, a maior da rede. Entrei para a área de vendas. Mas logo no primeiro dia reparei os olhares e comentários, o menino acuado retornou. No segundo dia já estava sabendo o que algumas pessoas estavam achando e falando. Minha sexualidade sendo posta em pauta novamente. Toda essa situação me colocou para baixo novamente. Não importaria o local, as pessoas ainda iriam achar, criticar. Olhares, comentários maldosos, brincadeiras. Não consegui atingir o esperado. Policiei meu comportamento, resultado: só mais um em vendas, nada mais, não vendia além. Não superei minhas expectativas. Tudo porque fiquei com medo do que as pessoas que trabalham comigo iriam achar e o que os clientes podiam também pensar. Demorei cerca de seis meses para encaixar-me com o pessoal. Antes disso, de jeito nenhum, não queria conversar com eles, tinha medo. Eu realmente nunca acreditei muito no meu potencial, mas sempre cobrei muito de mim mesmo.
Não fiz um milhão de amigos nas redes sociais e sempre admirei as pessoas que conseguem agradar e se enturmar com vários indivíduos, que conseguem vários seguidores e serem populares. Além de terem carisma elas conseguem atrair e cativar olhares e seres. Já eu, me sinto um pouco sozinho ao meio da multidão.
Após muitos anos só me autocriticando, decidi ir a uma psicóloga e ela é incrível. Me fez perceber muitas coisas que eu deveria já ter visto antes. Existe sim o outro lado do contexto.
Muitas pessoas acabam deixando a associabilidade com os demais em sua volta por medo e insegurança. E elas podem estarem perdendo uma época maravilhosa de suas vidas. Claro que após algum tempo sofrendo alguma forma de bullying (físico, verbal, material, moral, psicológica, sexual, virtual) é quase impossível lidar com as pessoas em sua volta sem achar que elas pensam ou falam mal de você. Mas acima de tudo, nunca tente entrar no molde, na fôrma ou no padrão delas, pois estará sendo artificial e não terás amigos de verdade. Por mais estranho que pareça aos olhos dos outros, seja você. Mantenha sua personalidade, seu cabelo é colorido? Continue com ele assim, se isso lhe faz bem. Gosta de um estilo de roupa diferente dos demais? Isso é seu e ninguém tem o direito de tirar, a não ser que você queira.
Não importa o que os outros irão pensar de você, importa o que você irá pensar a respeito delas. O jogo é seu, você controla. Não deixe tudo ser uma experiência ruim. Quem lhe julga pela aparência certamente é porque não se importa com seu caráter, e pessoas assim não irão fazer falta a ti. Então, socialize-se sim. Viva a vida ao lado daqueles que gostam de tu, independente da forma que você seja, faz ou gosta, apenas seja o que estiver em sua essência.
Exercite a coragem, segurança e a autoestima. Converse com as pessoas a sua volta, pergunte qualquer coisa para puxar papo. Dê uma chance a si mesmo e a elas, acredite que é possível ter amigos e pessoas a quem confiar. O mundo dá voltas e logo você percebe ser maior que os seus medos e que suas dores podem ser curadas. Tenha fé na estrela que pode brilhar em tu mesmo e que só bastaras de ti para conquistar aquilo que deseja. Sociabilizar é bom e algo que sempre precisamos treinar. Nada está perdido, você ainda pode ser muito conhecido, aplaudido e admirável. Não cobre muito de você mesmo, pois tu não és culpado de nada, apenas está sendo o que realmente é e não esconda isso de ninguém. Os outros, continuaram sendo os outros, já você... você tem um mundo inteiro pela frente e basta apenas permitir-se a tudo o que quer e pode fazer.
Tente ter a mais harmoniosa convivência com as pessoas em seu redor, cumprimente-as e as deseje um bom dia, isso no mínimo. Mas seja de verdade, não superficial. Sem medo de repressões, defenda suas ideias, levante sua bandeira, seja o que quiser ser, e só assim você irá ter uma felicidade completa. Perca o medo das pessoas, mentalize o que você deve passar e não o que quer passar. Você é o protagonista de sua história, é palco e não plateia. Tenha autoconfiança.
Prévia: Durante toda minha infância e adolescência passei por criticas, julgamentos, fui desmoralizado, assim como já expliquei em textos anteriores. Isso começou me afetar muito cedo, mas não consegui perceber a tempo de reverter na época. Acreditava que o erro estava em mim e que tinha eu que mudar atitudes e estado comportamental. Por várias vezes tentei "entrar na fôrma", mas em todas elas, saí machucado. Após tantas vezes ser criticado, não queria mais sair de casa, pois acreditava que os outros também iriam rir da minha cara por seus achismos, assim como os grupinhos maldosos do colégio. Diferente da maioria dos adolescentes, não frequentei muitas baladas, na verdade só uma que foi no colégio e fui obrigado porque ninguém podia ficar na sala sozinho, ir embora e muitos menos ficar nos corredores. Uma pitada de ironia, fui obrigado a ir numa baladinha de colégio, pois era contra as regras não querer fazer parte daquilo (risos).
Também não fiquei com nenhuma uma menina no colegial. Fiquei com uma menina ao 12 anos e nem foi por parte minha e sim dela. Meu pai sempre tentava me levar para as festas que ele era chamado, eu sempre negava. O fato é que eu tinha medo da exposição, me sentia um "uma atração de circo, um bicho" e que todos iriam me detonar. A insegurança também me impedia de chegar em qualquer garota para algo mais sério, acreditava que seria esnobado e que nenhuma jamais se apaixonaria por mim. Cresci com isso, minha mente desenvolveu-se com isso. Passei então a esnobar e ignorar aqueles que me criticavam, logo formaram minha fama de arrogante e esnobe que eu aderi por um tempo.
No ambiente de trabalho não foi muito diferente no termo associabilidade. Demorei para me entrosar com os colegas do serviço. Enquanto trabalhava no depósito, fiz apenas um amigo e só conversava com ele. Isso entre cerca de 500 pessoas para se fazer amigo. Quando fui para a primeira loja na qual trabalhei, no inicio, era calado, fazia meu serviço, não conversava, obedecia as ordens e não batia de frente. Então, mais uma vez subi de cargo e fui para outra loja, a maior da rede. Entrei para a área de vendas. Mas logo no primeiro dia reparei os olhares e comentários, o menino acuado retornou. No segundo dia já estava sabendo o que algumas pessoas estavam achando e falando. Minha sexualidade sendo posta em pauta novamente. Toda essa situação me colocou para baixo novamente. Não importaria o local, as pessoas ainda iriam achar, criticar. Olhares, comentários maldosos, brincadeiras. Não consegui atingir o esperado. Policiei meu comportamento, resultado: só mais um em vendas, nada mais, não vendia além. Não superei minhas expectativas. Tudo porque fiquei com medo do que as pessoas que trabalham comigo iriam achar e o que os clientes podiam também pensar. Demorei cerca de seis meses para encaixar-me com o pessoal. Antes disso, de jeito nenhum, não queria conversar com eles, tinha medo. Eu realmente nunca acreditei muito no meu potencial, mas sempre cobrei muito de mim mesmo.
Não fiz um milhão de amigos nas redes sociais e sempre admirei as pessoas que conseguem agradar e se enturmar com vários indivíduos, que conseguem vários seguidores e serem populares. Além de terem carisma elas conseguem atrair e cativar olhares e seres. Já eu, me sinto um pouco sozinho ao meio da multidão.
Após muitos anos só me autocriticando, decidi ir a uma psicóloga e ela é incrível. Me fez perceber muitas coisas que eu deveria já ter visto antes. Existe sim o outro lado do contexto.
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Muitas pessoas acabam deixando a associabilidade com os demais em sua volta por medo e insegurança. E elas podem estarem perdendo uma época maravilhosa de suas vidas. Claro que após algum tempo sofrendo alguma forma de bullying (físico, verbal, material, moral, psicológica, sexual, virtual) é quase impossível lidar com as pessoas em sua volta sem achar que elas pensam ou falam mal de você. Mas acima de tudo, nunca tente entrar no molde, na fôrma ou no padrão delas, pois estará sendo artificial e não terás amigos de verdade. Por mais estranho que pareça aos olhos dos outros, seja você. Mantenha sua personalidade, seu cabelo é colorido? Continue com ele assim, se isso lhe faz bem. Gosta de um estilo de roupa diferente dos demais? Isso é seu e ninguém tem o direito de tirar, a não ser que você queira.
Não importa o que os outros irão pensar de você, importa o que você irá pensar a respeito delas. O jogo é seu, você controla. Não deixe tudo ser uma experiência ruim. Quem lhe julga pela aparência certamente é porque não se importa com seu caráter, e pessoas assim não irão fazer falta a ti. Então, socialize-se sim. Viva a vida ao lado daqueles que gostam de tu, independente da forma que você seja, faz ou gosta, apenas seja o que estiver em sua essência.
Exercite a coragem, segurança e a autoestima. Converse com as pessoas a sua volta, pergunte qualquer coisa para puxar papo. Dê uma chance a si mesmo e a elas, acredite que é possível ter amigos e pessoas a quem confiar. O mundo dá voltas e logo você percebe ser maior que os seus medos e que suas dores podem ser curadas. Tenha fé na estrela que pode brilhar em tu mesmo e que só bastaras de ti para conquistar aquilo que deseja. Sociabilizar é bom e algo que sempre precisamos treinar. Nada está perdido, você ainda pode ser muito conhecido, aplaudido e admirável. Não cobre muito de você mesmo, pois tu não és culpado de nada, apenas está sendo o que realmente é e não esconda isso de ninguém. Os outros, continuaram sendo os outros, já você... você tem um mundo inteiro pela frente e basta apenas permitir-se a tudo o que quer e pode fazer.
Tente ter a mais harmoniosa convivência com as pessoas em seu redor, cumprimente-as e as deseje um bom dia, isso no mínimo. Mas seja de verdade, não superficial. Sem medo de repressões, defenda suas ideias, levante sua bandeira, seja o que quiser ser, e só assim você irá ter uma felicidade completa. Perca o medo das pessoas, mentalize o que você deve passar e não o que quer passar. Você é o protagonista de sua história, é palco e não plateia. Tenha autoconfiança.
"Só você pode ser mais forte e maior que seus medos"
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